quinta-feira, 12 de abril de 2018

Evento: lançamento do livro "Brasil e Portugal: do descobrimento até os dias atuais"

A cultura portuguesa está tão presente nas nossas vidas que é difícil definir onde começam e terminam as influências mútuas. Acredito que cada brasileiro tenha uma comida, um livro, um ritmo musical ou uma cidade preferida, em que as heranças portuguesas estão vivas e fortes. Entre tantas influências, a minha preferida é a arquitetura colonial que podemos apreciar em algumas cidades brasileiras, como Ouro Preto, Mariana, Diamantina (Minas Gerais), Paraty (Rio de Janeiro) e Olinda (Pernambuco).

Das que tive a oportunidade de conhecer, destaco as cidades históricas mineiras, que foram as primeiras a me impactar. Lembro-me do momento em que pisei em Diamantina e senti a sensação de entrar em um túnel do tempo, quando o Brasil não era o Brasil, mas uma colônia portuguesa. Algo que só conhecia dos livros, em especial o da historiadora Júnia Furtado sobre a famosa história da Chica da Silva e do contratador de diamantes, que viveram em Diamantina quando ainda era o Arraial do Tejuco.

Em Ouro Preto e Mariana fiquei com a mesma impressão de quem visita um museu "a céu aberto". O exterior e o interior dos sobrados e casas térreas possuem diversos elementos da arquitetura portuguesa, que também recebeu influências de outras culturas, entre elas, a árabe, marroquina e chinesa. Um dos moradores ilustres de Ouro Preto foi Tiradentes, que por ser considerado um traidor da coroa portuguesa, após sua morte, teve sua casa arrasada e o terreno salgado. Há também, em ambas as cidades, museus com belos acervos de objetos do período colonial. 

Paraty está ligada à história das cidades mineiras. Ela faz parte do Caminho Velho da Estrada Real, que foi aberta pela Coroa Portuguesa, no século 17, para ligar o litoral do Rio de Janeiro à região do ouro no interior de Minas Gerais. Percorri todas as suas ruas estreitas a pé e, assim como em Ouro Preto, fiquei inebriada por todo aquele casario que se preservou no tempo. Essa cidade histórica, além da bela paisagem natural, tem lindas casas coloridas, antigos engenhos abertos à visitação e uma rica cultura popular, que se mantém viva por meio de festividades tradicionais e eventos contemporâneos, como a Flip.

E, neste ano de 2018, visitei Olinda. Sobre ela vai ter um post aqui no blog, por isso não vou compartilhar muitos detalhes. Destaco um dado histórico sobre o Convento de Santo Amaro, que teria sido o primeiro a ser ornamentado com azulejos vindos de Portugal. Esse gosto pelas peças de cerâmica vidrada se espalhou por diversos lugares do Brasil, como Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Santos, onde encontra-se a Casa da Frontaria Azulejada, antiga residência e armazém do português Manoel Joaquim Ferreira Netto. Um patrimônio santista que já visitei várias vezes e não me canso de fotografar. 

A arquitetura é uma das áreas que daria para ficar horas conversando sobre as influências portuguesas. O livro “Brasil e Portugal: do descobrimento até os dias atuais” é uma bela contribuição para esse tema. Com pesquisa histórica e iconográfica da jornalista e historiadora Claudia Fonseca, a obra aborda outras importantes conexões entre os dois países, em áreas como, diplomacia, artes, gastronomia e esporte. O leitor poderá também, por meio de belas imagens, refletir sobre as diversas influências trocadas entre brasileiros e portugueses.

O lançamento será no dia 13 de abril, com a presença da autora Claudia Fonseca, das 18h30 às 21h30, na Livraria da Vila, Alameda Lorena, 1731. Vale ressaltar o ótimo preço da publicação, que poderá ser adquirida no local por R$ 70,00 (setenta reais).

Foto: Águas de Oxalá, Olinda, PE. Carina Pedro. 

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