sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Decoração: tapetes na sala de estar

Estava escolhendo algumas imagens de tapetes na decoração de salas quando me deparo com um post super bacana da conceituada designer e blogueira Emily Henderson, no qual ela aponta um erro fatal que os norte-americanos cometem em suas casas: tapetes pequenos demais para os ambientes. Fiquei pensando... será que também cometemos esse deslize por aqui? 

imagem com desenho de tapetes para sala de estar
Foto: reprodução / Architecture & Design. Segundo a imagem, as duas primeiras composições têm tapetes de tamanho adequado, já a terceira tem um pequeno demais. 

Uma das coisas que a gente precisa lembrar é que o tapete vai além da questão estética e é super importante para delimitar os ambientes. Segundo Emily Henderson, em uma sala de estar, o tapete ajuda a dar destaque à principal área do ambiente, ou seja, aos sofás e cadeiras onde as pessoas sentam para conversar. Se o tapete for pequeno demais, sua função de delimitar não vai aparecer e o espaço ficará desvalorizado e até parecendo menor do que realmente é. 

Por que as pessoas caem nessa armadilha? Pelo menos nos EUA, segundo a designer, esse erro acontece por alguns motivos, entre eles estão os preços dos tapetes grandes, que geralmente são mais caros, e o fato das lojas não se interessarem em estocar peças com tamanhos que tem pouca saída. Nesse cenário o consumidor acaba levando o tapete menor por falta de opção. 

E qual é o tamanho certo? Para Henderson o ideal é que coubessem os móveis inteiros sobre o tapete, respeitando obviamente o espaço mínimo de circulação. Se essa composição não for possível, que duas pernas de cada móvel pelo menos estejam sobre o tapete, para que a distribuição fique equilibrada.  

Outra dica que ajuda bastante é a de centralizar o tapete na composição e deixar as sobras de cada lado do sofá com a mesma medida. A exceção são aqueles tapetes do tipo couro de vaca e de zebra cujo charme são as bordas irregulares. Para não errar na finalização com tapetes é importante fazer antes de tudo a distribuição do mobiliário e a medição. Veja algumas imagens:

área de socialização da sala delimitada pelo tapete de listras
Foto: reprodução / Houzz. A sala é comprida e pode ser dividida em vários ambientes. A área de socialização é delimitada pelo tapete de listras que combina muito bem com o sofá neutro. 

tapete centralizado na sala
Foto: reprodução / Savvy Home Blog. O tapete está centralizado e os sofás estão com pelo menos duas pernas sobre ele, restando a mesma distância de cada lado. Uma bela composição de sofás neutros e tapete felpudo e estampado. 

tapete com bordas irregulares
Foto: reprodução / Apartment Therapy. Aquele caso em que a regra da proporção não se aplica já que o tapete tem bordas irregulares. Já que o sofá e a poltrona são escuros,  o tom claro do tapete ajuda a equilibrar a composição. 

tapete menor sobre o tapete maior
Foto: acervo pessoal. Uma composição ousada, com mistura de estampas, do designer Sig Bergamin na Casa Cor SP. Veja que Bergamin utiliza uma técnica interessante, também indicada pela Emily Henderson, um tapete menor sobre um maior. A dica de Henderson é utilizar um tapete maior de sisal. 

grande tapete fofinho na sala com home theater
Foto: acervo pessoal. Uma sala com home theater precisa ter boa acústica e ser confortável, por isso, um tapete grande e fofinho caiu muito bem nesse ambiente. 

No geral, como podemos ver pelas imagens, é mais fácil combinar móveis neutros e lisos com tapetes estampados e vice-versa. Mas assim como no mundo da moda, a combinação entre estampas diferentes está em alta e também é uma opção interessante. Neste caso, a dica é a mesma das consultoras de estilo, procurar nas estampas cores e tons que se aproximam ou se repitam.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Design de interiores: cuidados na casa do idoso

Há algumas semanas fiz uma breve pesquisa sobre o aumento da expectativa de vida no Brasil e não me contive ao ver um esquema super interessante sobre os "cuidados na casa do idoso". Tenho consciência de que esse assunto é complexo e que um único post não dará conta dele por completo, mas como designer de interiores não posso deixar de comentar as dicas e colaborar com a difusão dessas informações. Veja o esquema: 

cuidados na casa do idoso
Foto: reprodução / Portal do Envelhecimento

Primeiramente é importante tomarmos consciência de que a população do Brasil está envelhecendo e a expectativa de vida está aumentando cada vez mais. Segundo as pesquisas do IBGE, até o ano de 2050, os brasileiros acima de 60 anos corresponderão a aproximadamente 30% da população e a expectativa de vida deverá chegar aos 81 anos. Entre tudo que devemos pensar sobre melhorias na qualidade de vida dessa crescente população idosa estão, sem dúvida, os interiores domésticos.

Gostei muito desse esquema explicativo utilizando uma casa em 3D, pois podemos visualizar o que, de maneira geral, podemos fazer para deixá-la mais acessível e segura para os idosos. Entre as fontes de pesquisa utilizadas está a ABNT, cujas normas técnicas estabelecem que, entre outros itens, a concepção dos espaços atenda a todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais. 

Começando pelo banheiro, as barras de apoio fazem muita diferença na vida do idoso, tanto perto do vaso sanitário como na área do banho, pois podem evitar quedas graves. Dependendo do caso pode ser instalada também uma campainha. Outra informação que descobri e merece atenção diz respeito aos diferentes tipos de banheiro e seus respectivos vasos sanitários. Segundo este texto, "Vaso sanitário com abertura frontal é um erro, não é norma!", há uma confusão entre o banheiro adaptado e o hospitalar. Posso dizer que já encontrei este tipo de vaso com abertura frontal em espaço público e foi uma experiência bem desagradável. 

Outra sugestão interessante é o ajuste da altura da pia e do tanque à altura do idoso. No geral, qualquer trabalho que executamos nos ambientes domésticos pode se tornar exaustivo e prejudicial à saúde se não nos preocuparmos com a ergonomia. Na casa onde se encontra um idoso é ainda mais urgente repensar as dimensões dos móveis e adaptá-las para que ele possa executar suas atividades cotidianas sem maiores problemas. No caso das portas, também é necessário ajustar o tamanho para a plena circulação de um cadeirante. Se pudermos deixar isso resolvido com antecedência é ainda melhor. 

A luz de vigilância no quarto é mais um item que proporciona bastante segurança ao idoso. Se quiser deixá-lo se sentindo ainda mais seguro é possível utilizar luminárias de emergência que ascendem na falta de luz, não só no quarto, mas em outros ambientes da casa, como corredores e banheiros. Encontrei um post bem explicativo em um site especializado em iluminação sobre o uso deste tipo de luminária de emergência, sugerindo inclusive um modelo com LEDs e de ótima autonomia. 

Por fim, os tapetes, que além dos escorregões, também podem provocar tropeços, assim como os animais domésticos.  Se for tê-los, é melhor deixá-los em ambientes da casa pouco utilizados pelos idosos. Acrescentaria ainda evitar os pisos muito lisos e escorregadios em certos ambientes. Com a ajuda do designer ou arquiteto é possível encontrar bons revestimentos antiderrapantes e selecionar os locais adequados para utilizá-los em casa.  

casal de idosos

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Variedades: o filme O Jogo da Imitação (The Imitation Game) - 8 indicações ao Oscar 2015

Dando continuidade aos posts sobre os filmes que receberam indicações ao Oscar 2015, posso dizer que "O Jogo da Imitação" (The Imitation Game, 2014) me surpreendeu positivamente. São três fases da vida do matemático Alan Turing (Benedict Cumbertatch) sendo contadas ao mesmo tempo: a infância, a juventude cheia de desafios e a maturidade com ares decadentes. A vida de uma pessoa é muito complexa para contar em poucas horas, mas achei que desta vez os recortes foram acertados e deram dinamismo ao filme. 

cartaz do filme "O jogo da imitação"

Acredito que quem conhece a história da computação já tenha ouvido falar de Alan Turing. Seu trabalho foi importante para o desenvolvimento dos computadores. Não conhecia essa história e o jeito como foi contada no filme me deixou envolvida. O matemático teve uma grande chance de mostrar seu talento durante a Segunda Guerra Mundial ao criar uma máquina para decodificar mensagens transmitidas pelo exército alemão. Apesar dos esforços, seu projeto muitas vezes chegou ao ponto de ser abandonado, o que torna tudo mais angustiante. 

Há também outra questão tratada no filme que faz parte da sua vida privada e que hoje em dia ainda é muito discutida. Fiquei um tanto chocada com a maneira que Turing foi tratado pelo governo britânico mesmo com suas contribuições científicas. Para mim uma das melhores cenas do filme é a que Turing debate com o investigador da polícia sobre o pensar humano e a máquina. Um diálogo certeiro que atinge não apenas as diferenças entre homens e máquinas, mas também entre os próprios seres humanos. 

O filme "O Jogo da Imitação" recebeu 8 indicações ao Oscar 2015, entre elas, a de melhor filme e a de melhor ator para Benedict Cumbertatch, que vem sendo elogiado no papel de Alan Turing. 

Para relembrar, no ano passado fiz três posts com minhas impressões sobre os filmes indicados ao Oscar 2014, "Gravidade", "Ela" e "12 anos de escravidão", que acabou ganhando o prêmio de melhor filme. 

Trailer do filme "O jogo da imitação" no Youtube

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Variedades: o filme Livre (Wild) - 2 indicações ao Oscar 2015

Todo ano, quando vai chegando perto da festa do Oscar, fico bem curiosa para ver os filmes que receberam alguma indicação. Procuro sessões nos cinemas da cidade e também nas locadoras virtuais. Tento assistir o que é possível antes da premiação. O primeiro que fui conferir chama-se "Livre (Wild)" com duas indicações nas categorias melhor atriz (Reese Witherspoon) e atriz coadjuvante (Laura Dern). 

cartaz do filme Livre - Wild, 2014

Confesso que fui conferir o filme "Livre" (Wild, 2014), pois estava bem curiosa para ver a atuação de Reese Witherspoon em uma história dramática. Já assisti alguns filmes seus, mas o que sempre me vem à cabeça é o longa Legalmente Loira, uma divertida história de sessão da tarde. Quando li sobre a história verídica do filme Livre, baseada no livro de Cheryl Strayed, fiquei interessada em ver sua interpretação.

No geral, gostei da forma como a história real, vivida pela jovem Cheryl (Reese Witherspoon), foi contada na telona. O longa conta sua caminhada solitária por uma trilha da costa oeste dos EUA. Os pensamentos sobre suas atitudes, seus relacionamentos familiares e pessoais nos últimos anos a atordoavam no decorrer do caminho. Ao mesmo tempo, o caminho também serviu para que Cheryl aprendesse a se virar, enfrentasse seus medos e os obstáculos sem fugir. Achei muito parecido com alguns relatos da trilha de Santiago de Compostela na Espanha.

Em alguns momentos, achei que Cheryl não ia dar conta dos desafios da trilha, não sei se foi assim na vida real, ou se o jeito de boneca da Reese Witherspoon me deixava em dúvida. Fiquei imaginando o tipo de personalidade que uma pessoa precisa ter para encarar uma aventura como esta ou se ter força de vontade é suficiente. Acho que foi um caminho interessante escolhido por Cheryl para tentar resolver seus problemas, uma trilha em que pouquíssimas pessoas e bens materiais se fizeram necessários. 

Quem ficou curioso pela história também pode ler o livro Livre que deu origem ao filme disponível no formato eBook na Amazon. É só clicar no link em laranja.

Trailer do filme Livre (Wild) no Youtube

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Decoração: comprinhas para casa em viagens

Gosto muito de viajar e pensar sobre o tema é algo que me deixa bastante animada. Acho que existem muitos tipos de viajantes pelo mundo, entre eles, os que buscam aventuras, os que preferem passeios culturais, os que querem fazer compras e os que gostam de tudo um pouco. 

Posso dizer que me enquadro no último tipo, gosto de tudo um pouco, mas dou prioridade para passeios culturais e compras de produtos regionais. Desses produtos, alguns são para casa. Como a oferta é grande em pontos turísticos e a compra por impulso pode acontecer a qualquer momento, aprendi a considerar alguns critérios na hora de fazer comprinhas para casa em viagens.  

Os produtos regionais que costumo comprar, em geral, têm alguma utilidade doméstica e/ou servem de enfeite para relembrar o lugar visitado. No caso de ter alguma função específica, pondero se estou precisando daquele item em casa ou se vai gerar acúmulo. Por exemplo, um belo jogo de mesa e tapetes podem ser bem úteis no dia-a-dia. Já comprei alguns itens assim em viagens ao Nordeste, onde o trabalho manual se destaca e os preços são muito convidativos. 

feira de artesanato de Maceió - Alagoas
Feira de artesanato em Maceió, Alagoas. 

O segundo critério que levo em consideração é se o tal produto tem a ver com o estilo da minha casa. Por exemplo, a pessoa que tem uma decoração no estilo mais urbano e high tech pode se empolgar pela atmosfera rústica de uma praia deserta, comprar várias peças artesanais de uma comunidade local e depois perceber que no contexto do próprio lar nenhuma peça cai bem.

O terceiro critério é pensar se eu tenho espaço para guardar o objeto. Se for algo que me traga boas lembranças e quero manter sempre à vista, calculo se caberá na minha mesa e estante de trabalho ou qualquer outro espaço visível. Mesmo que seja algo que vai ficar no armário para ser utilizado de vez em quando, também é necessário avaliar se haverá espaço para guardá-lo adequadamente. Nessa hora, vale medir o objeto com uma pequena trena. 

feira vintage no bairro de San Telmo, Buenos Aires - Argentina
Feira vintage no bairro de San Telmo, Buenos Aires, Argentina. 

Por fim, mas não menos importante, é ter a preocupação de verificar como você vai levar o objeto para casa. Dependendo do tamanho, do material e do meio de transporte utilizado durante a viagem, a atenção deve ser redobrada, já que a gente não quer que algo se estrague pelo caminho. 

Acho lindo peças feitas de pedra sabão, mas como podem quebrar fácil, quando tive a oportunidade de comprar, precisei ter bastante cuidado com a embalagem. Se outras pessoas também tiverem que manusear a peça delicada é importante colocar aquela indicação de frágil no pacote.

feira de artesanato em pedra sabão, Ouro Preto - Minas Gerais
Feira de artesanato em pedra sabão, Ouro Preto, Minas Gerais. 

E vocês, costumam fazer compras para casa em viagens? Tem alguma dica? Compartilhe aqui nos comentários.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Design de interiores: bom humor no design

Se tem uma coisa no universo do design que ganha pontos comigo é sem dúvida o bom humor. Quando uma peça, além de útil, é irreverente ou provoca um sorriso no rosto, já desperta meu interesse imediatamente. Isto pode acontecer tanto com miudezas como com objetos maiores e até móveis. 

O bom humor no design pode estar vinculado ao aspecto lúdico da peça, quando as formas e cores remetem a nossa infância, mas sem pertencer de fato ao universo infantil. Ou seja, o objeto não é um brinquedo, mas parece com um. Essa característica agrada a criança grande que existe dentro de nós. 

Outras vezes o bom humor aparece quando o designer faz uma (re)criação inusitada, utilizando uma forma com outra função. Por exemplo, uma luminária no formato de um abacaxi. Outras vezes acontece de vermos uma associação divertida entre uma marca conhecida e a peça de decoração, como almofadas do tipo Chiclets e bolacha Maizena. Se a gente gosta da marca, a simpatia pelo objeto é espontânea. 

Veja algumas imagens de móveis, luminárias e utensílios de cozinha que achei bem humorados: 

associação entre banco 24 horas e banco de sentar e outros
Fotos: reprodução / Hoje Vou Assim OFF, Casa e Jardim, Muma

Móveis: achei tão legal este "Banco 24 horas". A associação entre o caixa eletrônico e o banco de sentar ficou demais! A brincadeira de castelo de cartas é um clássico que serviu de inspiração para o designer Maurício Arruda. A peça é feita de chapa de aço e ficou perfeita como cavalete. A pequena mesa de caixa de fósforo é divertidíssima, já o banco de Rei de Paus parece uma brincadeira com uma carta gigante, ambas são feitas de madeira. 

luminárias de mesa diferentes
Fotos: reprodução / Moblerlab, Angela Abdalla, Muma e acervo pessoal. 

Luminárias: gosto muito de luminárias de mesa diferentes como esta feita a partir de canos de ferro, mostrando que tudo pode ficar interessante com uma boa dose de criatividade. O design desta luminária de parede remete a um pedaço de tecido, mas na verdade é uma película transparente cheia de LED, incrível! Na mão dos designeres as formas encontradas na natureza se transformaram em dois lindos pendentes, uma (re)criação inusitada e divertida.

utensílios de cozinha irreverentes
Fotos: reprodução / Boredpanda e acervo pessoal.

Utensílios de cozinha: os utensílios de cozinha podem ser muito irreverentes também. Como não se divertir com este separador de gemas ou com a tampa da panela de navio? Já tinha visto tonel da Chanel, mas esses de fermento e de sopa Campbell's foram novidades para mim! A bagunça da cozinha também inspira, neste caso, aquele temido molho de tomate "virou" tábua de corte e um apoio para a concha, bem úteis por sinal.

Eu acho interessante quando há no ambiente uma mistura de elementos sóbrios com divertidos. Assim, não corre o risco do espaço parecer uma brinquedoteca...hehe... Agora me conta, você usaria alguma peça neste estilo na sua casa?

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Variedades: os livros "Perda Total" e "Caixa Preta" de Ivan Sant'Anna

Já contei aqui no blog como minha vida de leitora mudou depois que comprei o Kindle da Amazon. Resolvi a questão da falta de espaço para os livros e tenho acesso a diversos títulos com ótimo preço na loja virtual. Foi nessas promoções incríveis da Amazon que arrematei os dois eBooks, Perda Total e Caixa Preta, ambos do escritor Ivan Sant'Anna.

Não me lembro ao certo como descobri a obra de Ivan Sant'Anna, mas tenho na lembrança uma entrevista sua sobre acidentes aéreos no canal Globo News. Por quê eu gosto deste tema? Acho as histórias de acidentes aéreos muito intrigantes, fico sempre chocada e ao mesmo tempo fascinada. Além disso, o escritor Ivan Sant'Anna, apaixonado por aviação, constrói uma narrativa envolvente baseada em depoimentos e pesquisa extensa em documentos diversos.   

Perda Total
Imagem: Capa do livro Perda Total

Perda Total: Comecei pelo segundo livro do autor que aborda três tragédias recentes da aviação brasileira, os dois aviões da TAM, um que caiu na decolagem no bairro do Jabaquara em São Paulo e outro que vinha de Porto Alegre para São Paulo, mas não conseguiu parar na pista de pouso, chocando-se com o terminal de cargas da TAM. O terceiro acidente narrado é o do avião da Gol que se chocou com o jatinho Legacy sobre a Floresta Amazônica. 

Como eu me recordo dos três acidentes aéreos, um ocorrido na década de 90 e dois nos anos 2000, ler as histórias dos tripulantes, passageiros e pilotos envolvidos foi bem impactante. Sant'Anna consegue resgatar acontecimentos das vidas dessas pessoas, o motivo de estarem viajando e a sensação que devem ter sentido nos últimos segundos de vida, o que nos comove bastante. 

Por outro lado, a descrição do que foi descoberto no pós-acidente, por meio das investigações das caixas-pretas, também nos mostra que precisam acontecer muitas falhas sucessivas, o que de fato é bem difícil. O caso do choque do avião da Gol com o Legacy é emblemático, foi uma sequência inacreditável de enganos, aquele dia em que tudo deu errado! 

Caixa Preta
Imagem: Capa do livro Caixa Preta

Caixa Preta: depois que terminei de ler Perda Total fui atrás deste livro mais antigo do Ivan Sant'Anna. Os acidentes narrados pelo autor aconteceram nas décadas de 70 e 80 e não me recordo de nenhum deles. 

O primeiro caso é um avião da Varig que teria pegado fogo por causa de um cigarro aceso no banheiro e se acidentado durante a aterrissagem na França. O segundo é um avião da Vasp sequestrado por um passageiro que queria derruba-lo sobre Brasília e matar o ex presidente José Sarney. Já o terceiro caso é um avião da Varig que se perdeu em pleno voo, tendo que fazer um pouso forçado no meio da Floresta Amazônica. 

As causas dos três acidentes mais antigos são diferentes dos narrados no livro Perda Total. No caso do primeiro acidente, do voo da Varig, dificilmente algo parecido aconteceria hoje em dia, já que não é mais permitido fumar dentro das aeronaves. O segundo, confesso que fiquei surpresa, nunca imaginei que algo parecido tinha acontecido no Brasil. Já o terceiro acidente achei o mais tenso de todos com cenas muito chocantes mesmo depois de ter lido o livro Perda Total. 

Para quem se interessa pelo tema da aviação e investigação de acidentes aéreos recomendo muito os dois livros do Ivan Sant'Anna. Entre as histórias principais o autor também aborda outros casos complicados que marcaram a história da aviação pelo mundo. É de tirar o fôlego! 

Leia também na tag "variedades" o post sobre os livros "O lado bom da vida" e "Empregos dos sonhos"

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Design de interiores: 5 dicas para transformar os ambientes da casa

Outro dia li um texto super interessante no Houzz sobre a necessidade de planejar bem antes de fazer qualquer transformação nos ambientes da casa. Achei as observações da colaboradora do site e designer de interiores, Judith Taylor, muito pertinentes e como compartilho das mesmas ideias resolvi comentar cinco das suas dicas preciosas aqui no blog. 

A designer começa o texto falando da sua frustração ao ver que a maior parte dos erros no design poderia ser evitado se houvesse um planejamento adequado. Segundo Taylor, uma das coisas mais chatas para quem está transformando algum ambiente da casa é perceber um gasto mal feito, por exemplo, comprar algo que não se adequa ao espaço. E qual seria o caminho mais acertado? 

Quando o sofá não cabe na sua sala? @interiordesigndecoracao
Foto: reprodução / @interioresdesigndecoracao. E quando o sofá não cabe na sua sala? 

Dica 1: projetar o ambiente no papel. Concordo plenamente com a afirmação da designer de que um dos maiores problemas de se resolver é quando móveis ou eletrodomésticos não passam pelas portas ou simplesmente ficam desproporcionais no ambiente. É preciso estar muito atento às dimensões dos objetos (altura, largura, profundidade).  

Uma maneira de prevenir o erro é fazer uma planta do cômodo no papel, seguindo uma escala, por exemplo, 1:20. Desenhar também no papel o mobiliário que você já tem, recortar e dispor os mesmos pela planta. Assim, você verifica se tem como adicionar alguma peça nova. Cheguei a fazer um exercício desse tipo no curso livre de decoração prática no Senac e foi bem útil para ter uma visão adequada da ocupação do espaço. Muitas vezes percebemos que adicionar um objeto novo pode bloquear a circulação dos usuários. 

estudo de disposição do mobiliário feito por Carina Pedro
Exercício realizado no curso de decoração prática no Senac para estudar a melhor disposição do mobiliário de acordo com o perfil do usuário. 

Dica 2: fazer a medição dos móveis e outros itens já existentes, assim como das portas, pé direito, corredores e escadarias por onde o objeto terá que passar. Na hora de comprar algo novo, sua sugestão é verificar as dimensões, marcar a forma e o tamanho do objeto no chão com uma fita adesiva ou utilizando caixas para ter uma ideia de como vai ficar no ambiente em escala real, verificando também se a peça passaria facilmente por portas e corredores.

Dica 3: funcionalidade do ambiente, o que significa pensar sobre como o cômodo será utilizado. Tendo clara qual a função primária do espaço, por exemplo, uma sala de estar, os móveis e outros itens devem ser escolhidos pensando nos usuários dentro deste contexto. A função primária é a mais importante e deve nortear as escolhas, mas nada impede de considerar outras atividades no espaço e o que é necessário adaptar para realizá-las. Móveis flexíveis é um caminho interessante.

Projeto 3D feito no Promob por Carina Pedro
Projeto 3D feito no Promob. Hoje em dia, nós, designers de interiores, contamos com vários softwares para projetar os ambientes e ajudar o cliente a fazer suas escolhas.

Fotos: dicas para transformar os ambientes da casa (acervo pessoal)

Dica 4: criação de um arquivo com imagens inspiradoras e que tenham a ver com o nosso estilo. Anotar aquilo que mais gostamos nas imagens também ajuda a explicar nossas escolhas para outras pessoas com quem vamos dividir o espaço. Reunir amostras de fabricantes de tecidos, de tintas e de materiais como madeiras e laminados, agiliza o processo da compra, já que vamos comprar tendo uma ideia do que queremos. 

Dica 5: pedir ajuda. Judith Taylor faz uma ótima observação sobre a resistência que algumas pessoas têm de contratar um designer de interiores por imaginar que seus serviços são muito caros. Ou também por acharem que os designers vão gastar demais ou impor o seu estilo. 

Concordo com a constatação da autora de que muitos designers amam orientar as pessoas a seguir o caminho certo e que mesmo estando seguras de suas preferências, ouvir uma outra opinião serve para, entre outras coisas, evitar erros simples, mas que podem custar caro. Aqui no blog essa questão também foi abordada no post sobre o livro "Cimento, batom e pérolas" da Dorys Daher. 

Contem para mim nos comentários, o que vocês acharam das dicas? Já testaram alguma delas na prática? 

Fonte: Houzz, Judith Taylor, post 9 Planning Musts Before You Start a Makeover

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